Vereador tenta desmentir denúncia e livrar gestão municipal de responsabilidade sobre insumos para diabéticos

A sessão da Câmara Municipal desta semana trouxe à tona mais uma polêmica envolvendo a saúde pública de Correntina. O vereador Nelson Carinha (PSD), aliado da base governista, utilizou a tribuna para desmentir a denúncia sobre a falta de insumos para diabéticos, como tiras, reagentes e lancetas, também tentou isentar o município de qualquer responsabilidade, atribuindo o problema exclusivamente ao Governo do Estado.

A fala do parlamentar foi uma resposta direta à denúncia levada pelo vereador Eliton da Multicell (PSB). O próprio Vereador reforçou que esteve no SESP e no CAF, confirmando junto a funcionários que os insumos estão em falta há mais de 45 dias.

Ao alegar que o fornecimento seria apenas obrigação estadual, Nelson Carinha reproduziu uma narrativa conveniente à gestão do prefeito Walter Mariano, desviando a cobrança da Prefeitura e tentando descredibilizar quem ousa fiscalizar.

A lei é clara: o município também é responsável

A tentativa de se eximir, no entanto, não se sustenta juridicamente. A Lei Federal nº 11.347/2006, que garante o fornecimento gratuito de medicamentos e insumos para portadores de diabetes, e a Lei Orgânica da Saúde (Lei nº 8.080/1990) deixam claro que a responsabilidade é tripartite, União, Estados e Municípios têm dever solidário de garantir o atendimento.

Portanto, ainda que haja falhas no repasse estadual, cabe ao município adotar medidas emergenciais para evitar a desassistência da população. O que está em jogo é a saúde de centenas de diabéticos correntinenses que dependem desses insumos diariamente para sobreviver.

O que está por trás

Ao invés de cobrar soluções da Secretaria de Saúde, o vereador preferiu defender o Executivo municipal e atacar a denúncia, postura que reforça sua posição de alinhamento com a base do prefeito. Para muitos cidadãos, a fala de Nelson soa mais como proteção política do que como compromisso real com a saúde pública.

Enquanto vereadores da situação defendem a gestão, pacientes seguem desamparados, sem previsão para retomada do fornecimento de insumos básicos. O debate deixou evidente uma questão central: quem está ao lado do povo e quem está apenas para blindar a Prefeitura.

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