Operação Último Tango: Justiça Ouve Testemunhas em Audiência Decisiva

Nove réus participaram de audiência na vara especializada em crimes de organização criminosa e lavagem de capitais em Salvador. Oitiva de testemunhas revelou suposta ligação com gratificações pagas pela Câmara de Correntina e continuação do processo foi marcada para 2026.

Uma audiência crucial no processo da “Operação Último Tango”, que apura supostos crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro em Correntina, foi realizada na última quinta-feira, 25 de setembro de 2025. Conduzida pelo juiz Waldir Viana Ribeiro Júnior, da Vara dos Feitos Relativos aos Crimes Praticados por Organização Criminosa, a sessão contou com a presença dos réus e avançou na oitiva de testemunhas de acusação revelando uma suposta conexão do caso com pagamentos realizados pela Câmara de Vereadores de Correntina.

No total, sete testemunhas de acusação foram ouvidas: Ebraim S., Lucas B., Lucinei D., Gisele N., Alair N., Jéssica P. e Meriane N. Porém, o momento de maior destaque ocorreu durante os questionamentos (“contraditas”) feitos pelos advogados de defesa. Ao contestar a testemunha identificada como Lucas B., a defesa expôs que ele teria declarado anteriormente ter recebido e reembolsado parte de uma gratificação paga pela Câmara de Correntina a uma das rés, embora tenha alegado coação.

Imagem: Audiência de Instrução da Operação Último Tango

Diante disso, o juiz decidiu que Lucas B. e outras quatro testemunhas questionadas (Lucinei S., Gisele M., Alair P. e Jéssica R.) seriam ouvidas na condição de “declarantes”, e não como “testemunhas”. Na prática, isso significa que eles foram dispensados de prestar o compromisso de dizer a verdade e foram cientificados do direito de não responder a perguntas que pudessem incriminá-los. O Ministério Público registrou protesto contra a decisão do magistrado.

A audiência também enfrentou problemas técnicos. A oitiva da testemunha Odenilson T. F. não pôde ser concluída devido a falhas na conexão de internet. Como solução, o juiz determinou a expedição de uma carta precatória para que ele seja ouvido presencialmente na comarca de Correntina, seu local de domicílio.

Em razão da necessidade de ouvir essa testemunha presencialmente, o juiz redesignou a continuação da instrução do processo para o dia 23 de abril de 2026, às 08h30.

Os réus presentes na audiência foram: Wesley Campos Aguiar, Cleuzinete de Souza Sales, Erikson Linces Santos, Hugo Neves dos Santos, Jean Carlos Pereira dos Santos, Nelson da Conceição Santos, Juvenil Araújo de Souza, Adenilson Pereira de Souza e Milton Rodrigues Souza.

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