Empregos em Correntina: CAGED aponta crescimento, mas a maioria não é ocupada pelos Correntinenses.

Entre janeiro e junho de 2025, Correntina registrou 2.673 admissões e 2.327 desligamentos, resultando em um saldo positivo de 346 novos empregos formais, segundo dados oficiais do Novo CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho e Emprego.

O número é superior ao do mesmo período do ano passado, quando o saldo foi de 327, e reforça a presença de dois setores-chave na economia do município: a administração pública e o agronegócio.

Setores que mais empregam

De acordo com levantamentos do próprio CAGED e análises complementares, os segmentos que mais concentram vínculos formais em Correntina são:

  • Administração pública em geral – cerca de 2,1 mil vínculos
  • Cultivo de soja – aproximadamente 1,0 mil vínculos
  • Cultivo de cereais – mais de 600 vínculos

Esses números mostram que a geração de empregos está fortemente ligada ao setor público e às atividades do agronegócio, especialmente a produção de grãos.

A quem esses empregos beneficiam?

Apesar do crescimento registrado, a análise crítica revela um ponto pouco explorado em matérias oficiais, como as publicadas pela Prefeitura: boa parte desses empregos não é ocupada por correntinenses.

No caso do agronegócio, por exemplo, muitas vagas são preenchidas por trabalhadores vindos de outros municípios, atraídos pelas grandes fazendas que operam na região. Já na administração pública, a estabilidade e os cargos concursados representam um contingente expressivo, mas restrito a quem já ocupa funções no quadro efetivo.

Ou seja, embora os números gerais sejam positivos, o impacto direto na vida do trabalhador correntinense comum é limitado, o que explica porque muitos ainda encontram dificuldades para conseguir emprego dentro do próprio município.

O que fica evidente

Os dados do CAGED comprovam que Correntina segue gerando empregos formais, mas também levantam questões importantes:

  • Qual a parcela real de correntinenses beneficiados por essas admissões?
  • Que políticas públicas estão sendo criadas para ampliar oportunidades à população local?
  • Como equilibrar o crescimento do agronegócio com inclusão no mercado de trabalho da própria cidade?

Enquanto o discurso oficial celebra números brutos, é fundamental olhar para além das estatísticas e questionar quem de fato ganha com esse desenvolvimento.

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