NOVA ROTA FIOL Revoluciona Logística e Eleva Correntina a Protagonista Nacional
Mudança estratégica descarta antigo traçado para o Tocantins e cria um “supercorredor” ferroviário direto com o Centro-Oeste, transformando Correntina em um hub logístico central com potencial de economizar R$ 1 bilhão em custos operacionais.
O Governo Federal confirmou uma alteração decisiva no projeto da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL), que coloca o município de Correntina no centro de uma das mais importantes rotas de escoamento de grãos e minérios do país. O novo traçado do trecho 3 da ferrovia (FIOL 3) abandonou a ligação original que iria até Figueirópolis (TO) e agora priorizará uma conexão direta de 840 km entre Correntina (BA) e Mara Rosa (GO).
A decisão, baseada em estudos técnicos da Infra S.A. em parceria com a International Finance Corporation (IFC), visa integrar a FIOL diretamente à Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (FICO), criando um corredor logístico contínuo do Mato Grosso até o Porto Sul, em Ilhéus.
A escolha por conectar Correntina a Mara Rosa não foi aleatória. O traçado anterior obrigaria as cargas a percorrerem um longo trecho da Ferrovia Norte-Sul para fazer a conexão, o que geraria custos elevados com o pagamento de “direitos de passagem” para outras concessionárias.
Com a nova rota direta saindo de Correntina, Estima-se uma redução de custos de aproximadamente R$ 1 bilhão ao longo do período de concessão, ao eliminar taxas de uso de outras malhas ferroviárias. Os estudos apontaram que o traçado via Correntina apresenta menor impacto ambiental e social, desviando de territórios indígenas, áreas quilombolas e zonas de proteção ambiental que eram obstáculos no projeto original para o Tocantins.
Para Correntina, a mudança representa um salto de desenvolvimento. O município deixa de ser apenas um ponto de passagem para se tornar um elo estratégico na conexão entre o Oeste Baiano e o Centro-Oeste brasileiro. A ferrovia facilitará drasticamente o transporte da produção de grãos (soja e milho) da região do Matopiba, reduzindo o custo do frete e aumentando a competitividade do agronegócio local no mercado internacional.
Com a inclusão do projeto no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) e no Programa Nacional de Desestatização (PND), a obra ganha status de prioridade nacional, o que deve acelerar o licenciamento ambiental e facilitar o acesso a crédito para a instalação de terminais de carga e empresas de logística na região.
O projeto já tem um cronograma definido pelo Ministério dos Transportes. A expectativa é que o edital de concessão para a construção deste novo trecho seja enviado para análise do Tribunal de Contas da União (TCU) no início de 2026. A meta do governo é realizar o leilão ainda no primeiro semestre de 2026.
Enquanto isso, as obras da FIOL 2, que conectam Caetité a Barreiras/Correntina, seguem em andamento sob responsabilidade da Infra S.A., com previsão de conclusão para 2027, preparando o terreno para a chegada deste novo eixo estruturante.
