Em 2024, os projetos de irrigação gerenciados pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) no Oeste da Bahia alcançaram um Valor Bruto de Produção (VBP) de R$ 633,1 milhões. 

As iniciativas, distribuídas por áreas como Baixio de Irecê, Barreiras Norte, Ceraíma, Estreito, Formoso, Mirorós, Nupeba, Piloto Formoso, Riacho Grande e São Desidério/Barreiras Sul, resultaram na produção de aproximadamente 358,6 mil toneladas de produtos agrícolas em uma área cultivada de 18,8 mil hectares, destinada praticamente toda à agricultura familiar.

Destaques da Produção

• Culturas Principais: Banana, laranja e mandioca.
  
• Área Cultivada: 18,8 mil hectares.
  
• Produção Total: 358,6 mil toneladas.
  
• Empregos Gerados: 53,5 mil postos de trabalho diretos, indiretos e induzidos.
  

O superintendente regional da Codevasf em Bom Jesus da Lapa, Harley Xavier Nascimento, destacou que esses projetos representam uma mudança significativa no desenvolvimento do semiárido brasileiro, promovendo emprego, fortalecendo a economia local e contribuindo para a redução das desigualdades sociais. 

“Esses projetos são um divisor de águas: geram emprego, impactam na economia dos municípios e refletem na redução das desigualdades da população”, afirma Harley Xavier.

Os agricultores da região também reconhecem o papel decisivo da irrigação no desenvolvimento local. Antônio Márcio Rodrigues, natural de São Gotardo (MG), está há duas décadas em Bom Jesus da Lapa. 

Atualmente, cultiva uma área de 50 hectares no Projeto Formoso, com produção de banana, laranja, poncã e testes experimentais com maçã e pera. Além de produtor, ele preside o Conselho Administrativo do Distrito de Irrigação Formoso (DIF). 

Para ele, a irrigação é o pilar da produção agrícola na região, marcada pela escassez hídrica. 

“Nós só conseguimos produzir por meio da irrigação. O nosso principal combustível para seguir em frente e sobreviver é a água. E temos os rios São Francisco e os seus afluentes. Esse casamento entre Projeto Formoso e Codevasf jamais pode acabar, porque a Companhia está aí nas grandes regiões do nosso país, trabalhando sempre com a irrigação”, afirma.

Outro exemplo é o de Ervino Teobaldo Kogler, gaúcho que se estabeleceu como produtor em Bom Jesus da Lapa em 2005. 

Há quase 20 anos, ele cultiva banana, citros e uma plantação menor de pitaya dentro do perímetro irrigado do Formoso. 

“Devo tudo à fruticultura irrigada e devo isso a Codevasf. Se não fosse pela Companhia, eu não seria produtor de frutas. Eu tenho a bênção de morar dentro do perímetro irrigado, quando eu abro a janela da minha casa, eu dou de cara com as minhas plantas de banana que é o lugar onde eu melhor me sinto na vida. E tudo isso eu devo à Companhia, à 2ª SR, muito presente no nosso perímetro”, ressalta.

Em âmbito nacional, os projetos públicos de irrigação da Codevasf ao longo do Vale do São Francisco produziram 4,42 milhões de toneladas de alimentos em 2024, principalmente frutas, com um VBP de R$ 8,15 bilhões, representando um aumento de 43% em relação ao ano anterior. 

Esses projetos, implantados desde a década de 1970 em estados como Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas, são responsáveis por 356 mil empregos e abrangem uma área cultivada de 125 mil hectares. equivalente a 175 mil campos de futebol.

A Codevasf está conduzindo estudos para a implantação de cinco novos empreendimentos de irrigação por meio de concessões em Minas Gerais, Bahia, Pernambuco e Alagoas, no âmbito do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do Governo Federal. 

Destaca-se o Projeto Hidroagrícola Jequitaí, que adicionará 10 mil hectares de área irrigada no Norte de Minas Gerais, além de fornecer água para abastecimento e geração de energia. 

Essas iniciativas visam dobrar a área irrigada mantida pela Codevasf e gerar aproximadamente 338 mil novos empregos.

A expansão dos projetos de irrigação no Oeste Baiano evidencia o potencial da agricultura irrigada como vetor de desenvolvimento socioeconômico sustentável na região.